BIM … BAM … BOOM !

by Helvio Alves · fevereiro 22, 2013

O conceito BIM (veja tópico explicativo) é bastante amplo e vai além dos benefícios de engenharia do modelo 3D. Recentemente Patrick MacLeamy, CEO do grupo americano HOK, propôs a divisão do conceito BIM em 3 níveis, de acordo com a utilização da informação de engenharia: BIM = BDM + BAM + BOOM

Onde temos:

§ BIM (Building Information Modeling);

§ BDM (Building Design Modeling);

§ BAM (Building Assembly Modeling);

§ BOOM (Building Operation and Optimization Modeling);

É comum encontrar profissionais que entendem BIM como sendo apenas a primeira etapa de todo o ciclo de vida de um empreendimento, o BDM, que consiste no modelo 3D provido de algumas informações necessárias ao ambiente de projeto.

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Segundo MacLeamy, para cada U$1,00 obtido de retorno (em economia de recursos) ao aplicarmos modelagem 3D a um projeto de engenharia, obteríamos U$20,00 de retorno aplicando informações fiéis de construção a este mesmo modelo 3D e ainda mais, obteríamos U$60,00 de economia inserindo no modelo informações de operação para simulação de funcionamento, startup ou otimização de linhas de produção. Se BIM gera economia pontual no projeto e na construção, BOOM economiza 60 vezes mais pois vale para toda a vida útil do empreendimento.

Para um melhor entendimento vamos trocar em miúdos cada um destes termos citando algumas informações (dentre tantas outras possíveis e úteis) mais comuns em cada etapa. Obviamente cada informação tem um custo e um benefício e só vale a pena investir naquela em que esta relação se mostrar benéfica ao projeto como um todo.

BDM - Informações utilizadas para melhor projetar o empreendimento.

§ Geometrias dos equipamentos e componentes do modelo 3D, suficientes para evitar interferências de montagem e para distribuir espacialmente todos os componentes do modelo.

§ Regras de conexão e relacionamento entre os componentes do modelo.

§ Limites espaciais e zonas de reserva de espaço impostos por alguns componentes.

§ Normas e parâmetros necessários a cálculos de engenharia.

§ Regras para dedução automática de componentes (ex: juntas e parafusos).

§ Templates padronizados de folhas de dados validadas junto aos fabricantes.

BAM – Informações de apoio e auxílio à construção e montagem do projeto concebido pela engenharia.

§ Descritivos detalhados dos materiais a serem utilizados, com referência de alguns fabricantes e seu devido “Part Number” para não haver erros de compra de materiais.

§ Folhas de dados detalhadas dos equipamentos, contendo todos os parâmetros necessários à sua contratação.

§ Planilhas de quantitativos de serviços a serem contratados vinculados às listas de materiais necessários (ex: terraplenagem, alvenaria, pintura, concreto).

§ Sequência temporal de montagem e construção.

§ Limitações e informações pertinentes como prováveis embaraços aduaneiros ou dificuldades de logística e transporte ou armazenamento para equipamentos e materiais.

§ Quantitativos excedentes de materiais de acordo com sua criticidade.

§ Serviços adicionais previsíveis por equipamento ou material (ex: vistorias, setups e certificações).

BOOM – Informações que serão utilizadas pelo operador do empreendimento para simulação do funcionamento ou para manutenção, validação e otimização do processo já em operação.

§ Capacidades e limites de operação dos equipamentos e suas linhas de interligação ou transporte.

§ Planilhamento das variáveis externas impactantes nos equipamentos ou processos.

§ Vida útil dos componentes utilizados nas montagens ou dos serviços agregados aos componentes (ex: componentes de tubulação para fluidos abrasivos ou serviços de pintura de tubulações).

§ Plano de reposição de componentes consumíveis dos equipamentos.

§ Previsões de parada ou manutenção preventiva de acordo com padrões dos fabricantes.

§ Possibilidades de substituição de componentes compatíveis.

§ Prestadores de serviços autorizados pelos fabricantes.

Assim podemos concluir que BIM não pode ser associado a um software. BIM é uma nova maneira de se “engenheirar” os empreendimentos, trazendo para o ambiente de projeto preocupações e soluções que vão até a otimização do processo ao qual se destina o empreendimento. Neste ambiente, a equipe de engenharia do projeto necessita de uma força tarefa composta por profissionais especializados em projeto, suprimentos (equipamentos, materiais e serviços), construção, montagem e operação reunidos em uma mesa redonda, debatendo e tomando decisões em conjunto para que o resultado final atenda a todos.

MacLeamy resume assim sua ideia:

“Bim-Bam-Boom significa projetar melhor, construir melhor e operar melhor”.

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